Facebook Pixel Tecnologias digitais podem ajudar as indústrias na segurança de alimentos - Blog - Duas Rodas

Tecnologias digitais podem ajudar as indústrias na segurança de alimentos

fevereiro 12, 2020

Tempo de leitura8 minutos

O uso de algoritmos, de sensores, de ferramentas, como Big Data, Machine Learning e Blockchain, associados à conexão propiciada pela Internet das Coisas (IoT) e aos avanços na tecnologia de equipamentos, têm sido cada vez mais estratégicos para empresas em busca de competitividade. A transformação digital aplicada na cadeia de fabricação de alimentos tornou-se também importante aliada em food safety.


A evolução exponencial das tecnologias abriu as portas para uma nova era, impactando fortemente todos os níveis dos mais diferentes negócios, entre eles o segmento de alimentação. 

Patrocinado pela transformação digital, o mundo 4.0 já é realidade, pressionando as empresas a promover importantes transformações para terem acesso aos benefícios oferecidos pelas novas tecnologias, entre os quais se destacam ganhos de produtividade,  eficiência e garantia da qualidade e segurança dos processos

 “O rápido desenvolvimento e a adoção da internet e das tecnologias digitais mudaram completamente os negócios e processos, levando a transformação digital disruptiva em toda a cadeia de valor de todas as indústrias. No setor de alimentos, não poderia ser diferente. As empresas precisam redesenhar os seus modelos de negócios e processos, para tirar proveito dos benefícios das tecnologias e se adequar para permanecerem no mercado nesta nova era, principalmente no que tange produtividade, eficiência e assegurar qualidade/confiabilidade de seus processos”, 

afirma Juliani Arimura, gerente de Alimentos e Bebidas da DNV GL Business Assurance, responsável pelas operações de certificações, treinamentos e programas de auditoria para os clientes da área de alimentos e bebidas.

É imensa a variedade de recursos disponíveis para as empresas mergulharem na era 4.0, em busca da competitividade. Desde os avanços tecnológicos na produção de equipamentos, o uso de Inteligência Artificial, a aplicação de ferramentas de gestão de dados e analíticos, como Big Data e Machine Learning, até a conexão propiciada pela Internet das Coisas (IoT) e o amplo controle possibilitado por bases de registros e dados distribuídos e compartilhados publicamente, como o Blockchain, envolvendo atividades e partes interessadas de todos os níveis. 

No segmento de alimentos e bebidas, as tecnologias digitais começam a ser implementadas para as mais diferentes atividades da cadeia de fabricação, desde pesquisa e desenvolvimento de produtos (P&D), marketing, compras até produção e logística, transformando-se em importantes aliados para a segurança de alimentos

Interesse das indústrias

O interesse das indústrias de alimentos e bebidas em investir nas tecnologias do mundo 4.0 foi confirmado em pesquisa conjunta realizada pela DNV GL e a GFSI, entre novembro de dezembro de 2018. Foram entrevistados 1.646 profissionais da área de alimentos e bebidas, em geral de empresas certificadas em sistema de gestão de segurança de alimentos. Ao serem questionadas sobre os investimentos em tecnologias digitais, apenas 9% afirmaram estarem investindo em alguma tecnologia, mas 48% disseram ter a intenção de investir nos próximos 3 anos. 

A pesquisa apurou que, dentre as tecnologias que as indústrias de alimentos investem ou desejam investir estão: Sensores e Beacons (atual 44% e em 3 anos 58%), Blockchain (atual 15% e em 3 anos 40%), Smart Tags (atual 10% e em 3 anos 36%), Big Data e Analytics (atual 9% e em 3 anos 38%) e Inteligência Artificial e Machine Learning (atual 3% e em 3 anos 20%).

Juliani destaca que cada ferramenta possui funções específicas, que podem ser adaptadas para os objetivos em questão, mas para food safety quase sempre há uma combinação das tecnologias, com destaque para Blockchain e IoT.

Oferta de oportunidades através da digitalização

Fonte: Palestra DNV GL Food safety: What’s next to assure its future?

Em entrevista exclusiva ao Blog Flavors & Botanicals, Juliani Arimura e Raphael Leite, responsável pelas iniciativas de soluções digitais da DNV GL, detalharam por que e como as tecnologias digitais aplicadas à segurança de alimentos podem beneficiar as indústrias do segmento:

Blockchain

“O Blockchain permite o armazenamento de informações de forma segura e imutável. Pode ser utilizado para dar credibilidade a transações comerciais, como ‘smart agreement’ ou contratos inteligentes. Uma vez conectados à base de dados em Blockchain, o cumprimento do acordo ou pagamentos não necessitarão de comprovação de sua veracidade, que é garantida pela tecnologia. Esta tecnologia também pode ser empregada para uma camada adicional de proteção de dados em rastreabilidade de produtos, sendo uma ferramenta confiável para registro de informações de produtos, características especiais e/ou dados de origem/procedência.”

Big Data

“Atualmente um dos bens mais preciosos de uma organização são os dados gerados em seus processos, que têm crescido de forma exponencial, o chamado Big Data. O uso de ferramentas de Big Data são de extrema importância para a tomada de decisões de forma inteligente, pois permite estudos de inter-relação de variáveis, colaborando para a definição de estratégias, melhoria da produtividade, avaliação de causas de desvios, etc. O uso destes dados aliado à ferramentas de análise estatísticas, pode prover estudos de predição em processos, identificar pontos críticos ou possíveis melhorias.”

Inteligência Artificial

“A aplicação de algoritmos e programação lógica são utilizados em sistemas de Inteligência Artificial, que pretendem substituir atividades humanas, como por exemplo, o atendimento ao consumidor através de chatbots e plataformas de serviços cognitivos como o Watson, da IBM.”

Internet das Coisas

“A Internet das Coisas é a interconexão digital de objetos através da internet, tais como sensores, veículos, etiquetas, equipamentos, etc.  Como exemplo de aplicação podemos citar compras em lojas sem atendentes, onde as mercadorias possuem etiquetas inteligentes e/ou sensores e/ou câmeras, onde o consumidor retira os produtos e o valor é debitado de forma automática do seu cartão de crédito. Tal tecnologia poderia ser aplicada em uma indústria de alimentos, onde o controle de estoque não necessitaria de inventários ou conferências. “

Conceito de MVPs

Hoje, não somente nas indústrias, mas em qualquer atividade onde se busca avançar em transformação digital, um conceito largamente utilizado é o de MVPs (Minimum Viable Products) e metodologias ágeis de inovação (ex. Scrum), onde em ambos os casos uma regra geral é a de testes rápidos e em menor escala. Ou seja, é importante considerar pilotos de projetos para testes de eficiência/viabilidade antes de se aportar maiores investimento.”

Case global

Juliani apresenta o My Story ™, da DNV GL, uma solução de garantia digital alimentada por Blockchain, como case de ferramenta alinhada à questão de segurança de alimentos, que permitem agregar valor à marca também a partir da divulgação da história do produto desde o seu início até a distribuição para o consumidor final. 

A aplicação do My Story ™ pela indústria começa com a definição da história a ser contada sobre o produto, abordando questões como autenticidade, qualidade, sustentabilidade, rastreamento de materiais e componentes ou eficiência. A partir destes aspectos, são reunidas evidências na cadeia de suprimentos, como prova de ações por pessoas e máquinas, em documentos como certificados e coleta ou importação de dados de sistemas de produção (ERPs), todos registrados em Blockchain. Estes dados corporativos, normalmente usados em ações de mitigação de riscos, criam também oportunidade de divulgação do produto, pois permitem transformar fatos técnicos em uma história atraente acessível instantaneamente pelos consumidores. 

Três produtores de vinho italianos (Ricci CurbastroRuffino e Torrevento) foram os pioneiros na implantação do My Story ™, fazendo a coleta dos dados ao longo de todo o processo de transformação da uva para a garrafa. As informações contemplam desde dados do solo e medições climáticas, até a origem das uvas, uso de aditivo e operações de tanques, dados do processo de engarrafamento e monitoramento do transporte do produto. 

O consumidor pode acessar a história do vinho que está comprando, digitalizando o código QR divulgado na embalagem do produto.

A transformação digital aplicada na cadeia de fabricação de alimentos oferece oportunidade de importantes ganhos em segurança dos alimentos. A combinação de tecnologias que permitem conexões amplas com o uso de sensores acoplados em equipamentos eletrônicos, por exemplo, possibilita o fornecimento de informações na rede em tempo real, possibilitando decisões rápidas e assertivas. Assim como o uso da inteligência artificial, capaz de analisar em tempo real diferentes cenários, pode ajudar com informações precisas na confirmação de rejeição ou liberações dos lotes de produtos.

Para você, a transformação digital será mais amplamente utilizada como aliada para a segurança de alimentos pelas indústrias? Quais são as maiores dificuldades para implantá-la? 

Veja também como as startups podem alavancar o potencial de inovação nas indústrias de alimentos.

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