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Startups podem alavancar o potencial de inovação nas indústrias de alimentos

maio 1, 2019

Tempo de leitura8 minutos

Empresas estão apostando na colaboração com startups para agilizar de ponta a ponta seus processos, em iniciativas que vão desde a concepção, o desenvolvimento, a logística até o lançamento de produtos e o pós-venda


 

Desafiadas pelas crescentes expectativas dos consumidores, as indústrias de alimentos estão passando por uma profunda transformação em todos os cantos do mundo. A era digital, da conectividade e da informação universalizada vem pressionando mudanças a um ritmo frenético, exponencial. E atender com rapidez e inovação as necessidades dos consumidores é cada vez mais imperativo (e muitas vezes difícil dentro da estrutura tradicional das empresas) para manter a competitividade no mercado.

As grandes indústrias de alimentos e bebidas já despertaram para a necessidade de buscar ajuda externa e apostam cada vez mais na colaboração para explorar novas tecnologias, novos modelos de negócios e novos conceitos de produtos, por exemplo. É aí que startups e programas de aceleração ganham cada vez mais visibilidade como aliados estratégicos para a busca de soluções rápidas e inovadoras para as suas “dores”.

Empresas jovens, com base tecnológica e estruturas enxutas, as startups buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividades. Suas plataformas tecnológicas  permitem oferecer atributos importantes como maior velocidade de acesso às informações, amostragens mais amplas, trabalhar em testes reais de produtos e custos mais acessíveis.

Este potencial é intensificado quando estas jovens empresas estão inseridas em um ecossistema de inovação, que conta com a participação também de incubadoras, grandes indústrias, centros de pesquisa, universidades, por exemplo, e a contribuição de mentores, conselheiros, empreendedores e investidores.

Para promover mudanças reais, rápidas para melhor atender às necessidades dos consumidores, um dos segredos de sucesso dessas parcerias tem sido combinar recursos como conhecimento e infraestrutura das indústrias com a criatividade e o mindset das startups.

E não há limites para explorar o potencial das startups. Há empresas que atendem de ponta a ponta: desde a concepção do produto, o desenvolvimento, passando pela produção, logística até o lançamento e o pós-venda.

As parcerias entre indústrias e startups podem ser construídas de diferentes formas, entre elas:

  • Desafios específicos lançados em eventos;
  • Com aporte de recursos, compartilhamento de informações e conhecimentos;
  • Contratação de startups para desenvolver projetos específicos;
  • Contratação de programas de aceleração de startups para buscar soluções para diferentes problemas;
  • Aquisição e fusão, entre outras.

“Para que as indústrias aproveitem de fato este potencial de inovação para trazer soluções aos seus desafios, é importante que participem de eventos e conheçam startups. Mas, antes de tudo, planejam como vão fazer com estas parcerias, se vão investir em projetos, por exemplo, em programas de aceleração, ou se será em formato de co-participação em produção e/ou desenvolvimento ou até mesmo através de aquisição ou fusão com estas empresas mais jovens”, aconselha Augusto Terra, engenheiro de alimentos e sócio-fundador da FoodVenture.

Ele alerta: “Não é saudável apenas criar expectativas, as startups precisam de agilidade para inovar, se elas barrarem em problemas burocráticos, essa inovação pode morrer e as portas fecharem”.

Selecionamos, abaixo, alguns exemplos de potencial de contribuição das startups para as indústrias de alimentos em diferentes setores:

Marketing – pesquisa de mercado

 

  • A Opinion Box é um exemplo de startup que realiza pesquisas de mercado customizáveis ou através de plataforma sobre questões como segmentação e perfil do consumidor, hábitos de consumo, tendências de comportamento e consumo digital, por exemplo. Conta com uma base de 150 mil consumidores online para responder as pesquisas no Brasil. Entre seus clientes, estão indústrias de alimentos como Bauducco, Cacau Show e Itambé.
  • A Lean Survey é uma ferramenta que utiliza tecnologia mobile e crowdsourcing para tornar a pesquisa face a face acessível. A pesquisa é realizada através de aplicativo, por mais de 13 mil pesquisadores em todo o Brasil, em processos auditados, através de áudio, geolocalização e tempo de resposta, por exemplo.

 

Pesquisa, Desenvolvimento e Novos Produtos

 

  • O Grupo Pão de Açúcar é um exemplo de grande empresa que, além de desenvolver suas marcas próprias, investe em programas voltados a startups, o objetivo é trazer produtos inovadores para suas prateleiras mais rapidamente e, eventualmente, comprar uma participação nessas startups. Estas parcerias já colocaram mais de 200 produtos dessas empresas nas gôndolas de lojas do Pão de Açúcar e do Extra, como chás, sucos naturais, snacks orgânicos e pó de proteína.
  • A Nestlé é outra gigante do segmento de alimentos que está apostando em programas de aceleração para inovar nas gôndolas. No Brasil, a multinacional participa do Programa Scale-Up Endeavor Alimentos e Bebidas, que reúne empresas scale-ups, termo que classifica startups que já possuem receita considerável. Uma das premissas para nortear o projeto, que apoia 19 empresas, foi a variedade regional e de produtos. Entre os exemplos, estão empresas como a Amázzoni, que fabrica gim aliando o método de produção tradicional da bebida a ingredientes botânicos da Amazônia; a BR Spices, de temperos e especiarias com foco no público da cozinha moderna e acessível; a Café Cultura, cafeteria catarinense com blends próprios que se transformou em uma rede; o Desinchá, que oferece um blend de chás com o efeito de diminuir o inchaço do corpo; a Gold & Ko, que produz e vende chocolates premium; a NoMoo, que produz queijos e iogurtes veganos com base vegetal e fermentados; e a Nacho Loco, que atua no setor de comida pronta e congelada.
  • A startup suíço-americana Flavorwiki desenvolveu uma solução tecnológica baseada em inteligência artificial para coletar preferências de sabor dos consumidores em massa, via internet. A ferramenta permite às indústrias fazerem uma avaliação sensorial dos produtos desenvolvidos em nível global, levantando informações valiosas que podem nortear também o desenvolvimento de novos produtos.
  • A plataforma de inovação colaborativa Planta.vc, fomentada pela Duas Rodas, é outro exemplo de ferramenta que pode ser aliada no desenvolvimento de novos produtos com a participação de consumidores em geral, através do lançamento de desafios para novos projetos para as indústrias de alimentos e bebidas.


Logística

 

  • Comprovei  é um sistema de rastreabilidade de logística, que oferece, por exemplo, acompanhamento em tempo real de cargas e comprovação de entrega via registro celular com motoristas. A ferramenta da startup é utilizada por indústrias de diferentes segmentos. Na área de alimentos, tem clientes como Swift, Selmi, Marfrig Global Foods.
  • No final de 2018, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) comprou a brasileira James Delivery como parte dos esforços para avançar no canal online de varejo alimentar. A startup criou uma plataforma multisserviços de encomenda e entrega de produtos diversos, que conecta clientes, entregadores e estabelecimentos. É a primeira do Brasil a oferecer entregas de qualquer produto. A empresa complementa as modalidades de entrega que o GPA já disponibiliza aos seus clientes: compra em loja física, entregas next daysame day e express (em até 4 horas) e “Clique & Retira” (compra pela internet e retira em loja física).

O universo de possibilidades de colaboração é imenso e cresce a cada dia. Atualmente, só no Brasil há mais de 12 mil startups mapeadas pela Associação Brasileira de Startups. Exemplos mundo afora mostram que cada vez mais indústrias de alimentos estão apostando na sinergia das startups com o conhecimento e estrutura de suas empresas para satisfazer, por exemplo, o apetite voraz dos consumidores por novidades.

“Não existe receita de bolo ou soluções mágicas, mas uma grande marca pode se beneficiar muito adotando metodologias, mindset e práticas que têm funcionado nestas empresas iniciantes de alto risco”.

Afirmou Alan Leite, CEO da aceleradora Startup Farm, em entrevista ao portal meio&mensagem.

E para você, a parceria de startups pode ajudar a acelerar o lançamento de produtos inovadores no mercado? A sua empresa já utiliza alguma ferramenta de colaboração como estratégia para buscar soluções e manter a competitividade? Conte para nós!

 

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