Desde o início dos tempos, as plantas são utilizadas pela humanidade com finalidade nutricional e devido às propriedades medicinais atribuídas a inúmeras espécies, a flora se tornou uma fonte útil de compostos com importante papel na prevenção e tratamento de doenças.
Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial ainda recorre à medicina tradicional como cuidado primário à saúde, utilizando na maioria dos casos plantas medicinais ou seus compostos bioativos (SILVA; BARREIRA; OLIVEIRA, 2016).
Os benefícios de uma dieta rica em vegetais para a saúde humana já são evidenciados em muitos estudos. Os produtos de origem natural, obtidos a partir de plantas, são fontes ricas e exclusivas de uma diversidade de fitoquímicos que comprovadamente apresentam efeitos benéficos à saúde e constituem uma importante base para o desenvolvimento de medicamentos, alimentos funcionais e suplementos para a saúde (CARDOZO-JUNIOR; MORAND, 2016; GAN et al., 2018; SILVA; BARREIRA; OLIVEIRA, 2016).
A bem conhecida correlação entre dieta e fisiologia, aliada ao crescente interesse de consumidores por produtos que promovam saúde e bem-estar traz grandes possibilidades nas áreas de ciência e tecnologia de alimentos com o desenvolvimento e caracterização de ingredientes naturais que possam ser incorporados em alimentos funcionais.
A acerola está entre as fontes naturais que tem ampliado de forma expressiva a sua presença em alimentos e bebidas funcionais. A fruta é conhecida como uma das maiores fontes naturais de ácido L-ascórbico (Vitamina C), além de conter diversos outros nutrientes, o que a torna atrativa e cada vez mais popular na dieta humana (MATTA et al., 2004; MEZADRI et al., 2006).
O mercado global para extratos de acerola possui um crescimento contínuo, com expectativa de movimentar aproximadamente 17,5 bilhões de dólares até 2026. Atualmente, América do Norte, Japão e Europa são os responsáveis pelo maior consumo de extrato de acerola no mercado mundial, atribuído a crescente demanda deste insumo para produção de bebidas, produtos cárneos, panificação, suplementos alimentares, entre outros (BELWAL et al., 2018).
Devido a seus potenciais efeitos biológicos, atribuídos ao elevado teor de vitamina C e presença de compostos fenólicos, a procura pelo fruto da aceroleira tem aumentado significativamente nos últimos anos, não somente no setor alimentício de produtos naturais, mas também como fonte de ácido ascórbico para fins farmacêuticos (ASSIS et al., 2008).
Produtos de acerola tem sido cada vez mais utilizados na composição de bebidas, alimentos lácteos, barras de cereais, recheios e também para o enriquecimento de sucos e néctares de outras frutas, como abacaxi, mamão e maracujá. Além disso, atua como um eficiente antioxidante protegendo o aroma e cor de muitos alimentos industrializados.
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