Facebook Pixel Aumento das alergias alimentares consolidam um novo mercado para a indústria de alimentos - Blog - Duas Rodas

Aumento das alergias alimentares consolidam um novo mercado para a indústria de alimentos

fevereiro 13, 2023

Tempo de leitura3 minutos

Por definição, as alergias alimentares são uma reação do sistema imunológico a algum componente presente em um determinado alimento. O organismo identifica incorretamente uma proteína como algo prejudicial, o que desencadeia uma série de reações desagradáveis – que podem incluir inchaço, erupções cutâneas, dores no estômago e diarreia, entre outros sintomas.

Ovos, peixes, leite, amendoim, mariscos, soja, nozes e trigo representam cerca de 90% de todas as alergias alimentares. Estima-se que mais de 220 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam quadros alérgicos por esses alimentos, sendo que os mesmos acometem globalmente entre 6% e 8% das crianças com menos de três anos de idade, e 2% a 3% dos adultos. Além disso, as manifestações alérgicas são cada vez mais frequentes entre os idosos também.

O único tratamento para indivíduos que apresentam alergia alimentar é restringir a ingestão de alimentos potencialmente alergênicos, bem como ter acesso a informações claras nos rótulos dos produtos.

O que provoca o aumento de alérgicos

Estudos epidemiológicos mostram um aumento da prevalência das alergias alimentares em todo o mundo. 

Mudanças ambientais e nutricionais fizeram surgir novas síndromes alérgicas alimentares nos últimos anos.

Tecnologia como aliada contra as alergias alimentares

Vale lembrar que, até o momento, não se conhece uma cura para alergias alimentares – embora tecnologias disruptivas possam oferecer alguma ajuda no futuro. Pesquisadores da Universidade de Queensland conseguiram ‘desligar’ a resposta imune que causa uma reação alérgica em animais com a ajuda de uma terapia genética específica. O CRISPR (Clusters of Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), que é uma técnica de edição genômica, também foi divulgado como uma tecnologia capaz de gerar um amendoim não alergênico – mas isso está longe de chegar ao público consumidor. 

No momento, as tecnologias digitais podem oferecer ajuda no gerenciamento eficaz de alergias alimentares. Tanto no campo de oferecer biotecnologia, como o CRISPR, a melhora do diagnóstico (imunodiagnóstico) ou a bioinformática, por meio de aplicativos que detectam ou escaneiam o código dos produtos e assim, informam a presença do alérgeno. 

Um mercado com crescimento estimado

De acordo com dados do Euromonitor, de 2020 a 2022 as vendas dos produtos livres de alergênicos cresceram 3%. Até 2026, devem totalizar um crescimento de 11,8%. 

Segundo pesquisa da McKinsey, com 1.552 pessoas, um em cada três consumidores se mostram dispostos a gastar com produtos de qualidade superior. As pesquisas ainda revelam que esse público leva em consideração não somente os ingredientes, o sabor e o preço, mas também a confiabilidade da marca. 

A tendência é que marcas menores e antialergênicas sejam muito mais confiáveis. Sendo assim, uma estratégia que pode ser adotada pelas grandes indústrias é instruir e atrair essa classe de compradores, apresentando-se confiável e aberta a esses tipos de alimentos.

No mercado de alimentos, é possível encontrar diversos produtos voltados para consumidores com alergias alimentares. Confira alguns exemplos:

Schär (Itália)
Empresa líder mundial de alimentos sem glúten foi fundada para atender consumidores celíacos. A marca possui diversas opções de produtos certificados sem glúten, como pães, massas, biscoitos, bolos, chocolates, misturas e muito mais. Um grande diferencial da marca é a certificação de risco zero de contaminação dos produtos.
Enjoy Life (EUA)
Marca possui a maior padaria antialérgica da América do Norte, com instalações certificadas sem glúten pela Gluten Free Certification Organization. Oferece diversos tipos de produtos como chocolates, biscoitos, snacks e brownies, todos isentos de glúten e 14 alérgenos: trigo, amendoim, nozes, laticínios, caseína, soja, ovo, gergelim, mostarda, tremoço, sulfitos adicionados, peixe, marisco e crustáceos.
Buddee (Austrália)
Marca oferece diversos sabores de pastas sem os 10 principais alérgenos, incluindo nozes, trigo, soja, laticínios e gergelim. Pastas foram criadas com a missão de colocar spreads seguros e inclusivos nas lancheiras escolares da Austrália, país que tem uma das maiores taxas de alergia alimentar do mundo, levando a políticas rígidas nas escolas de todo o país.
YumEarth (EUA)
A YumEarth tem como foco produtos antialérgicos e todos são livres dos nove principais alérgenos. A maioria também é vegana, sem glúten, OGM e livre de corantes artificiais. Recentemente, a marca lançou o Choco Yums, uma nova variedade de bombons de chocolate sem laticínios e antialérgicos. Os doces são feitos com cacau do comércio justo e estão disponíveis em três sabores – Chocolate, Crisped Quinoa e Dark Chocolate Mint.
Marty’s (Reino Unido)
Lançado pela Danone, no Reino Unido, Marty's é uma marca antialérgica de lanches infantis, que inclui batatas fritas com grão de bico e sobremesas congeladas sem leite. A marca é representada pelo personagem Marty, um alienígena que vive no planeta Zaddja e busca no universo alimentos antialérgicos. O site inclui o recurso Marty's Allergy Card, que permite que pais e filhos criem e imprimam seu próprio cartão de alergia personalizado, incluindo suas alergias e detalhes de contato, que podem ser presos em uma bolsa ou levados com eles.

Consumidores com alergia ou intolerância alimentar apresentam um perfil de fidelidade devido a dificuldade em confiar em novos produtos. Porém, muitos demonstraram insatisfação com o que há disponível no mercado;  segundo pesquisa da Mckinsey, cerca de 30% afirmam que estão sempre procurando novas opções. Por isso, são muito dispostos a gastar mais com produtos de maior qualidade, o que possibilita a inserção de novas marcas.

Gostou? Compartilhe este conteúdo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *