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Cresce a procura por produtos para dieta low-carb

março 30, 2023

Tempo de leitura6 minutos

À medida que a população global envelhece, mais pessoas estão escolhendo alimentos que mantenham a qualidade de vida e reduzam o risco de doenças no futuro, a dieta low-carb faz parte dessa mudança. Por isso, a alimentação saudável e o controle do peso têm se tornado escolhas conscientes em todo mundo, com padrões alimentares que limitam o consumo dos carboidratos.

A tendência de dietas com restrições de açúcares e/ou carboidratos vem ganhando adeptos não somente entre aqueles que possuem indicação médica, como nos casos dos diabéticos, mas também entre uma parcela considerável de consumidores que desejam emagrecer.

A definição de dieta low-carb

O termo vem do inglês e se refere a dietas, alimentos e produtos que têm baixo teor (low) de carboidratos (carb, abreviação de carbohydrate). De acordo com as recomendações consolidadas de ingestão de nutrientes, os carboidratos devem contribuir com 45% a 65% das calorias diárias consumidas. Logo, em uma dieta low-carb, estima-se um consumo em torno de 20% a 30% do nutriente em relação às calorias ingeridas diariamente – ou seja, uma redução considerável.

Uma dieta típica de baixo carboidrato tem como proposta diminuir o consumo para uma média de 50 g a 150 g diárias. Outro tipo de dieta low carb, é a dieta cetogênica, nela, há uma restrição mais severa, de no máximo 50 g por dia (aproximadamente 10% das necessidades diárias), associada a um aumento na quantidade de gorduras e proteínas.

Em 2020, “ceto” foi o tópico relacionado a alimentos mais pesquisado no Google em todo o mundo, com 25,4 milhões de entradas. O Keto ou “ceto” ultrapassou dietas anteriormente populares, como a Dieta Atkins e o jejum intermitente. Há um crescimento contínuo do setor ano a ano (CAGR de 5,3%), no melhor momento para as marcas do setor de saúde e bem-estar investirem em produtos “ceto” com baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura.

O mercado de dieta low-carb e ceto global

Prevê-se que o mercado de dieta cetogênica atinja um valor global de US $15,6 bilhões até 2027. Historicamente, EUA e Canadá têm sido os líderes desse mercado, com a América do Norte respondendo por 43,5% da fatia. Nos próximos anos, a Europa espera chegar em um crescimento de mercado projetado em 32%. Segundo os dados do Euromonitor, de 2020 para 2021, houve um aumento de 8% no número de SKUs com alegação de low carb e de dieta cetogênica.

Embora no Brasil, não haja nenhuma regulamentação sobre o uso do claim “low carb” ou “ceto”, com a vigência da nova rotulagem de alimentos embalados em 2022, e a adoção do selo frontal para açúcares adicionadas, espera-se que a indústria alimentícia se mobilize a buscar estratégias que reduzem essa quantidade de açúcar, preservando a palatabilidade.

A importância do dulçor

Quando falamos em palatabilidade, o grande desafio é mimetizar o dulçor que a sacarose, um tipo de carboidrato, entrega aos alimentos. A maioria dos produtos low carb o excluem totalmente. Um grande desafio é preservar as sensações e as experiências sensoriais que o açúcar proporciona: sabor, notas aromáticas, corpo, retrogosto e sabor residual, entre outros. Desta forma, listamos abaixo, algumas tecnologias empregadas.

Soluções para redução do açúcar

1.Edulcorantes – São substâncias que possuem a função de conferir um sabor doce aos alimentos. Há uma forte rejeição dos consumidores àqueles que apresentam sabor residual. Além de uma certa preferência a alternativas naturais, como stévia, xilitol, maltitol e sorbitol, aos artificiais como aspartame, ciclamatos, sacarina e acessulfame-k.

Para uma boa aceitabilidade, os edulcorantes usados pelas indústrias de alimentos devem apresentar propriedades funcionais e sensoriais semelhantes aos do açúcar, como o gosto doce e a formação de corpo, textura e viscosidade, além da baixa densidade calórica. 

Nesse sentido, adoçantes naturais, como a stevia, são ótimas opções, alinhadas com tendências como o clean label e o plant-based. Outras opções são os polióis, também denominados açúcares de álcoois, podendo ser:

– monossacarídeos (sorbitol, manitol, xilitol, eritritol), 

– dissacarídeos (maltitol, lactitol, isomalte), ou

– mistura de sacarídeos e polissacarídeos hidrogenados (xarope de glucose hidrogenado).

2. Diminuição do sabor doce, mantendo a palatabilidade – O teor de açúcar  é reduzido, sem a preocupação de recuperar o dulçor.  As notas indesejadas presentes nas formulações, pelo uso de proteínas e vitaminas, por exemplo, são mascaradas por meio de tecnologia aromática, que aumenta a intensidade das notas sensoriais.. Essa opção permite uma redução de até 50% no teor de açúcar.

3. Aromatizantes – Uso de aromas que potencializam o dulçor dos alimentos com redução de açúcar, como também arredondam notas desagradáveis pela possível utilização de edulcorantes e/ou outras alternativas. Estas tecnologias, presentes no portfólio da Duas Rodas, podem contar com o status natural ou idêntico ao natural e são compatíveis com diferentes aplicações.

4. Alimentos naturalmente adoçados, temperos naturais e extratos – Incluir na composição nutricional alimentos que já possuem um dulçor natural. As frutas – in natura, secas, na forma de geleias ou sucos concentrados -, como as tâmaras, maçã, uva e as uvas-passas, são alternativas para reduzir o açúcar e ainda contribui com um aporte de fibras e micronutrientes. Além desses alimentos, temperos e especiarias naturais, tal como a canela, e extratos, como o de baunilha, são outras opções para substituir o açúcar refinado.

Inspirações 

No mercado é possível encontrar diversos produtos, principalmente fora do Brasil, que utilizam soluções diferenciadas para a redução de carboidratos nos produtos. Confira alguns exemplos:

THE BETTER BAGEL (EUA)
O Better Bagel é produzido com a tecnologia proprietária que realiza a mudança dos grãos, o que faz com que alimentos ricos em carboidratos tenham o mínimo. Além de baixo em carboidratos (cerca de 90% menos que a bagels tradicionais), ele contém mais proteína, é clean label, plant-based, non-gmo e é livre de açúcares adicionados. O produto é posicionado para dar aos consumidores a liberdade de se deliciar com seus alimentos favoritos sem restrições.
RIGHTRICE (EUA)
A Rightrice resolveu repensar um alimento fonte de carboidratos e amplamente consumido em todo o mundo. Por isso criou uma mistura, em forma de grãos de arroz, feito de lentilhas, grão de bico, ervilhas e arroz, que fornece mais que o dobro de proteína, cinco vezes mais fibra e quase 40% menos carboidratos líquidos do que uma tigela de arroz branco. Esta inovação saborosa é estável na prateleira, além de cozinhar mais rápido (e mais fácil) que o arroz tradicional.
KONJAC (BRAZIL)
Os produtos da Konjac Massa MF são uma a alternativa de alimento com baixo teor calórico (possui apenas 9 calorias em cada 100 gramas) e SEM CARBOIDRATOS. É uma excelente fonte de fibras, possui baixas calorias, não contém glúten, não contém sódio e não contém açúcar. O grande diferencial do Konjac Massa MF está em seu ingrediente único, a raiz Konjac, um tubérculo de origem asiática, rica em glucomanan, uma poderosa fibra alimentar natural.
HILO LIFE – PEPSICO (EUA)
Parece um Doritos, mas com menos carboidratos e mais proteína, essa é a Hilo Life, uma marca de lanche amigável ao keto lançado recentemente pela Pepsico. A marca lançou chips estilo tortilha formulados com farinha de amêndoa desengordurada, nos sabores queijo nacho, rancho e salsa picante. Uma porção contém 3 gramas de carboidratos, 9 gramas de proteína e 0 gramas de açúcar adicionado. (Uma porção de Cool Ranch Doritos, em comparação, tem 18 gramas de carboidratos e 2 gramas de proteína. Não é uma fonte significativa de açúcares adicionados).

A demanda por uma vida mais saudável, principalmente pós-pandemia de Covid-19, gerou um interesse crescente por dietas low-carb. As projeções mostram que há espaço para cada vez mais lançamentos de produtos com baixo teor de carboidratos, em consonância com os movimentos plant-based e clean label. Por isso, é correto afirmar que o crescimento do setor está sendo e é promissor.

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