Facebook Pixel Cenário promissor para alimentos plant-based para as próximas décadas - Blog - Duas Rodas

Cenário promissor para alimentos plant-based para as próximas décadas

abril 13, 2023

Tempo de leitura4 minutos

A forma como a humanidade produz e consome alimentos vem sofrendo transformações significativas ao longo do tempo. O consumidor dos dias de hoje começa a adotar um comportamento que vai muito além do preço. Ele valoriza todas as etapas envolvidas no sistema alimentar – da origem dos ingredientes, passando pelo processamento, pela distribuição e pelo consumo, até o descarte na natureza.

Por isso, nas últimas décadas observamos a ascensão do termo “saudabilidade”: um pensamento cada vez mais focado no bem-estar, de forma mais holística e informada. Com estes movimentos, produtos e marcas que oferecem saúde para as pessoas e para o planeta também estão mais valorizados.

Espera-se que o mercado global de alimentos à base de plantas alcance US$ 95,52 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR de 12,4% durante o período de previsão de 2022 a 2029, segundo o Instituto de pesquisa Research and Markets.

Plant-based e meio ambiente

De acordo com o EAT-Lancet (um relatório com o que seria uma dieta saudável a partir de um sistema alimentar sustentável), o consumo de proteínas animais ultrapassa os limites de recursos do planeta, colocando em risco o meio ambiente. 

Por isso, uma dieta saudável, tanto para as pessoas quanto para o planeta, precisaria ser mais baseada em plantas, com a inclusão modesta de peixe, carnes e laticínios.

O que é comer plant-based?

Muito resumidamente, é uma alimentação baseada em ingredientes de origem vegetal. Isso inclui não apenas frutas e vegetais, mas também nozes, sementes, óleos, grãos inteiros, legumes e feijões. Não há, necessariamente, a exclusão de alimentos de origem animal, mas sim uma alimentação predominantemente à base de plantas.

Para entender melhor como esses alimentos se encaixam em diferentes dietas, explicamos abaixo os cinco padrões alimentares:

– vegetariano, com predomínio de alimentos de origem vegetal, sem o consumo de carnes;

– ovolactovegetariano, dieta vegetariana na qual é permitido comer ovos, leite e derivados;

– pescitariano, que consome peixes e frutos do mar, mas exclui a carne de outros animais;

– flexitariano, quando há predomínio de alimentos de origem vegetal e consumo de poucos alimentos de origem animal;

– vegano, com predomínio de alimentos de origem vegetal, sem consumo de carnes, ovos e laticínios.

A classificação dos plant-based

Os alimentos plant-based atendem a todos os tipos de dietas mencionadas acima. Abaixo, a classificação dos produtos e a quem eles se destinam.

Half meat (menos usual) – Produzido com quantidade reduzida de proteína animal. Atende o público flexitariano.

Meat like – Imitação de hambúrguer, nuggets, salsicha e outros, tanto em aparência como na textura. Atende o público vegano e flexitariano.

No meat – Proteína de base vegetal com alto valor proteico. Atende o público vegano, flexitariano e quem busca produtos “clean label”.

Quais são os ingredientes mais utilizados?

  • feijão
  • ervilha
  • lentilha
  • feijão fava
  • grão de bico
  • tremoço
  • amendoim
  • cereais
  • arroz
  • aveia
  • painço
  • quinoa
  • chia
  • gergelim
  • linhaça
  • amêndoa
  • amendoim
  • castanha de caju
  • avelã
  • cogumelos
  • coco

Com o crescimento e amadurecimento do mercado plant-based, é possível encontrar produtos que atendem as mais diversas necessidades dos consumidores. Confira alguns exemplos:

CHI Foods (EUA)
Chi foods é uma nova marca de proteínas orgânicas à base de plantas, lançada no início de 2022. Seus fundadores afirmam que seu novo produto (Chi Organic Plant-Based Ground Pork) é a primeira linha mundial de carne suína orgânica plant-based certificada. Inclusive, esse produto foi selecionado como finalista do prêmio 2022 Natural Products Expo West NEXTY como Melhor Novo Produto que apoia um estilo de vida baseado em plantas. Os prêmios NEXTY reconhecem os produtos mais progressivos, impactantes e confiáveis ​​da indústria de produtos naturais. A carne Chi é feita de nozes altamente nutritivas, com ótimos teores de ômega 3 e proteínas.
Meliora Foods (Austrália)
A empresa lançou a primeira alternativa de ovo vegano líquido na Austrália. O ovo líquido tem como principal ingrediente proteína de feijão mungo isolada e fava não transgênica, cultivados localmente e de origem sustentável, tornando-o uma fonte completa de proteína. Além de ser um produto baixo em calorias, carboidratos e gordura, sem colesterol, sem glúten e sem alérgenos, é prático. Ao contrário de outras alternativas de ovos em pó, o ovo da Meliora é engarrafado, ou seja, basta agitar e despejar direto da garrafa na panela.
UpRoot Food (Austrália)
Também na Austrália, a marca Uproot Food fez o lançamento do Smoked Not Salmon – o primeiro salmão defumado à base de plantas da Austrália. O produto incorpora o sabor, a textura, o aroma e a aparência do salmão defumado, mas é feito com ingredientes que as pessoas reconhecem e confiam, como a cenoura. É feito com vários ingredientes orgânicos e integrais, como algas orgânicas e óleo de linhaça prensado a frio como fonte de ômega 3.
BettaF!sh (Alemanha)
A marca BettaF!sh é a primeira empresa a fazer alternativas de atum 100% vegetais usando ingredientes do mar. A marca oferece uma variedade de pizzas e cremes picantes para molhos e pastas. Além de seu último lançamento, uma nova linha de sanduíches de atum estão disponíveis em três variedades: Classic, Sweet Corn + Pepper e Sweet Chili. Os novos sanduíches de atum à base de plantas são feitos de algas marinhas ricas (colhidas à mão) e favas sustentáveis. O produto ainda é livre de soja, trigo, metilcelulose, extrato de levedura, açúcar, conservantes ou aromas artificiais.

Desafios e conclusões

Os principais desafios em relação às fontes alimentares proteicas são as garantias de abastecimento e distribuição. Em relação à produção e consumo de proteína animal, há uma forte preocupação quanto aos impactos na saúde humana, ao esgotamento de recursos naturais, às mudanças climáticas e ao bem-estar animal. 

Essas questões levam a uma adoção constante e crescente de dietas vegetarianas e veganas. A conscientização da segurança alimentar para a crescente população mundial (cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050) impulsiona a demanda por fontes sustentáveis ​​de proteína. 

Embora alguns insetos sejam excelentes fontes de proteína, não são amplamente aceitos pelos consumidores, principalmente devido a aspectos culturais. Fungos e algas são limitados em termos de oferta. Assim, as proteínas à base de plantas continuam atraindo mais atenção, com forte tendência de crescimento.

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