Cada vez mais tem se falado sobre bem-estar animal. Afinal, qual a definição desse conceito? Em resumo, é quando os animais são respeitados em todos os sentidos – seja no âmbito biológico, fisiológico ou psicológico.
É a criação de animais com a evidência do mais alto nível de bem-estar.
O foco é em possibilitar que eles estejam saudáveis, confortáveis, bem nutridos, seguros, capazes de expressar o comportamento inato e não estejam sofrendo com estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia.
Desta forma, a sua característica biológica deve ser respeitada. Por exemplo, os frangos com o crescimento de maneira natural e saudável, as vacas com a produção natural do leite e os porcos sem comportamentos de extremo estresse.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O tema de destaque já está inserido em vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e apresenta sinergia e interação com diversas megatendências abordadas no documento Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.
Faz parte de um conceito maior de sustentabilidade e não mais um item isolado na produção pecuária, já que está conectado com o meio ambiente, a saúde e as questões sociais humanas. Além disso, o bem-estar animal ganhou maior relevância com a pandemia de Covid-19.
Finanças e índices de sustentabilidade
No mercado financeiro, já existem índices de sustentabilidade com indicadores. Por exemplo, o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da B3, que analisa as informações públicas de bem-estar nos documentos de empresas que operam com animais.
Esse direcionamento se tornou tão importante, que cada vez mais nascem novas leis e campanhas no mundo todo.
Bem-estar animal ao redor do mundo
A União Europeia é líder mundial nessa área, com algumas das mais robustas normas mundiais em relação ao tema. Os restaurantes, refeitórios e cantinas na França são obrigados a indicar a origem da carne que servem, desde janeiro de 2022.
Já nos Estados Unidos, mais especificamente na Califórnia, um dos estados com maior produção e consumo de ovos, foi criada uma lei para as galinhas poedeiras (além de vitelos e porcos), com a exigência de que sejam criadas com liberdade de movimento, garantia de espaço mínimo e livre de gaiolas.
A lei ainda proíbe, no território californiano, a venda de produtos que não obedecerem a essas regras – o que obriga a adaptação de outros estados a essas exigências.
No Brasil, já existem similares, como, por exemplo, a campanha “compromisso é coisa séria” da MFA (Mercy For Animals), que exige que os restaurantes utilizem ovos de galinhas livres de gaiolas.
Bem-estar animal, eficiência e produtividade
Quem pensa que boas práticas de bem-estar animal estão ligadas a uma menor produtividade está muito enganado. Criadores de vacas leiteiras, por exemplo, conseguem uma maior produção com animais menos estressados, o que influencia positivamente na qualidade do leite.
Com os bovinos para abate não é diferente, já que boas condições de criação melhoram a saúde, reduzindo a mortalidade e a quantidade de carne danificada que seria descartada – diminuindo as perdas e aumentando a lucratividade.
Nutrição animal
Outro aspecto importante é o cuidado com a nutrição do animal, pois o mesmo influencia diretamente no produto final. Na cadeia produtiva das galinhas poedeiras, a alimentação adequada é determinante na qualidade e capacidade produtiva dos seus ovos. Existem opções que conferem maior intensidade e fixação aromática para as rações, como o Granfeed, que é uma nova tecnologia de aromas em pó da STATERA.
Bem-estar animal, o consumidor e o mercado
Os consumidores também estão mais preocupados com sustentabilidade e bem-estar animal. É crescente o interesse em informações sobre a origem do que consomem, o que reflete diretamente em suas escolhas de consumo e decisões de compra.
De acordo com um estudo do Institute for Business Value (IBV), entre 61% e 70% das pessoas estão dispostas a pagar mais por produtos de empresas que sejam sustentáveis.
Já outra pesquisa realizada pelo grupo Pão de Açúcar (2019) mostrou que 96% dos clientes consideram o bem-estar animal importante e 63% têm preferência por empresas que são comprometidas com esse tema.
Hoje, são os consumidores que determinam como será o mercado. E eles exigem cada vez mais respeito aos animais. É por isso que grandes empresas de alimentos já exigem um alto padrão de produção de bem-estar animal dos seus fornecedores.
Uma maneira pela qual o consumidor pode identificar a procedência dos produtos e das marcas preocupadas com o bem-estar animal é por meio dos selos. No Brasil, os principais selos utilizados são:
Conheça algumas empresas que aderiram aos conceitos de bem-estar animal
Os pontos de atenção ao bem-estar animal já são uma realidade para as empresas de todo o mundo e têm como foco atender a uma necessidade do consumidor, que cada vez se sente mais responsável pelo que consome. Para ele, é importante garantir que os animais cresçam no seu habitat e mantenham o comportamento inato.