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Metaverso e indústria de alimentos: como essa nova realidade digital pode impactar o setor?

junho 1, 2022

Tempo de leitura6 minutos

O mercado de alimentos e bebidas está diretamente conectado a experiências multissensoriais que ainda não podem ser replicadas no ambiente digital. Mas, se avançar, o metaverso promete novas oportunidades de conexão com os consumidores.


Desde que Mark Zuckerberg anunciou seus planos de transformar o Facebook em uma empresa de metaverso, o termo anda em alta, acompanhado de debates sobre como essa tecnologia pode revolucionar a maneira que as pessoas vão interagir e consumir no ambiente digital.

É possível definir o metaverso como um mundo virtual alternativo e compartilhado que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA). Neste ambiente, as pessoas se encontram, saem, fazem compras, comem e brincam. Diversos projetos e produtos, especialmente no mundo dos games, já aplicam o conceito. 

A ideia do metaverso, em si, não é recente. O termo apareceu pela primeira vez nos anos 1990, em um livro de ficção científica lançado nos Estados Unidos.

A diferença é que, agora, segundo empresas de tecnologia, há uma tendência de avanço devido à evolução dos dispositivos digitais. Além disso, o comportamento das pessoas durante a pandemia, incorporando o ambiente on-line com maior frequência em suas vidas para socializar e comprar, é apontado como outro estímulo para um modelo de produção e comunicação cada vez mais híbrido. 

Para a Mintel, agência internacional de inteligência de mercado, à medida que a tecnologia avança, os mundos analógicos e digitais irão coexistir de forma mais integrada. Isso permitirá às pessoas entrar e sair de cada ambiente sem esforço, o que pode criar novas possibilidades de branding e de expressão nos mundos físico e on-line

A Euromonitor também destaca a evolução digital, de hangouts virtuais para realidades 3D cada vez mais imersivas, como incentivo para os consumidores adotarem esses espaços para socializar e criarem suas comunidades. Na análise da Euromonitor, esses ambientes imersivos podem impulsionar ainda mais o comércio eletrônico e a venda de produtos virtuais à medida que o acesso se expandir. A empresa pontua, ainda, que as redes sociais estão avançando em suas capacidades e, em alguns casos, adquirindo startups de tecnologia para entrar no metaverso, se preparando para essa versão do que será a internet no futuro. 

Como a indústria de alimentos se encaixa no metaverso?

Alimentar-se envolve experiências sensoriais que não podem ser recriadas no mundo digital – pelo menos por enquanto. Então, como a indústria de alimentos e bebidas poderia fazer parte do metaverso?

Algumas ações que já são replicadas no mundo dos jogos dão alguns caminhos de como essa integração começa a ocorrer. De acordo com pesquisa da Mintel de 2021, 37% dos adultos norte-americanos que jogam videogame gostariam de ver patrocínios de comida e bebida nos jogos on-line.

Nesse sentido, a Chipotle, rede de restaurantes dos EUA, abriu um restaurante virtual dentro do jogo Roblox e distribuiu códigos promocionais para serem utilizados em suas lojas físicas. 

Para além dessas ações que integram os mundos físico e virtual, ou Phygital, segundo as empresas de pesquisa de mercado, marcas, restaurantes e varejistas têm alternativas como criar espaços multifuncionais nos quais os consumidores podem se conectar. 

Em um metaverso totalmente imersivo, a Mintel acredita que as marcas de alimentos, bebidas e serviços terão a oportunidade de ir além do patrocínio para promoverem novas experiências, criando espaços digitais para conectar os consumidores, permitindo que aprimorem habilidades no mundo real, como cozinhar, administrar restaurantes virtuais, criar receitas e menus, entre outras informações valiosas que também podem contribuir para o desenvolvimento de produtos. 

A Euromonitor aponta que marcas e equipes esportivas, jogadores e artistas têm usado plataformas como YouTube e Twitch para sediar shows virtuais ao vivo e eventos, abrindo caminhos para o movimento do metaverso. As marcas estão comprando outdoors e colocações de produtos, entre outros espaços publicitários, nesses ambientes on-line

Alternativas de compras on-line diferenciadas, como a ida virtual ao supermercado ou a combinação entre delivery e experiência digital com o produto, também começam a despontar como alternativas. No início deste ano, por exemplo, a Lacta, para comemorar o seu 110º aniversário, criou um ambiente virtual baseado em metaverso, que funcionou como uma plataforma de presentes de Páscoa.

Surgem também as lojas virtuais que facilitam as vendas de e-commerce e oferecem produtos apenas digitais para compra, incluindo tokens não fungíveis (NFTs), para vestir e abrigar avatares.

O objetivo principal dessas iniciativas é criar reconhecimento de marca entre consumidores influentes que são pioneiros no engajamento da plataforma. Por isso, para a Euromonitor, as empresas que começam a estabelecer uma presença agora estarão na vanguarda, à medida que os ambientes sociais virtuais e as realidades aumentada e virtual se desenvolvem.

Mas até lá… 

Apesar dos avanços tecnológicos, ainda são necessários mais recursos para explorar melhor o complexo universo do metaverso. E o primeiro desafio esbarra na tecnologia. 

A implementação e acesso ao metaverso demanda uma rede ainda maior para suportar os grandes fluxos de informações, maior capacidade de internet e data centers para armazenar todos esses dados. 

Há também debates sobre os efeitos do uso prolongado dessas tecnologias para a saúde, além de questões de segurança e privacidade. Outro ponto a ser considerado é que o metaverso é uma tecnologia emergente, ainda pouco compreendida, e que mudanças estruturais levam tempo para ocorrer. 

Mas é um tema crescente que tem desafiado cada vez mais as empresas, convidando-as a refletirem sobre o que essa tecnologia significa para o futuro, o valor disso para a sua marca e como ajustar seus produtos e serviços dentro deste novo canal.

Neste movimento que ainda avança em direção ao metaverso, as indústrias de alimentos que estiverem focadas em seus propósitos, nas soluções e na conveniência que seus produtos levam aos consumidores, seja por meio de seus espaços físicos, virtuais ou pela integração entre ambos, estarão preparadas para quando o futuro chegar.

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