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Bebidas energéticas: um mercado em expansão

junho 29, 2022

Tempo de leitura7 minutos

A ampliação das ocasiões de consumo para bebidas à base de cafeína tem impulsionado a categoria, que renova o portfólio com novos sabores e atributos.


Com forte crescimento em diversos mercados do mundo, a categoria de bebidas energéticas se expande apoiada pela ampliação das ocasiões de consumo e a demanda dos consumidores por produtos estimulantes.

A cafeína é amplamente utilizada em bebidas energéticas e, dependendo da quantidade usada em uma receita, comprovadamente aumenta o estado de alerta e melhora a concentração. 

Para se ter ideia do avanço da categoria, nos últimos quatro anos foram lançados mais de 3 mil novos produtos globalmente, com maior movimentação na Europa (39%) e na região da Ásia e do Pacífico (27%), segundo pesquisa da Mintel. Conforme dados da Euromonitor, em 2021, o mercado global de energéticos representou 14 bilhões de litros em volume e US$ 60 bilhões em valor de vendas. Além disso, a projeção de crescimento até 2026 é de 5% em volume e 7% em valor. Os Estados Unidos e a China são os maiores mercados globais neste segmento. 

Outro ponto relevante é que esses lançamentos vão além do tradicional claim da funcionalidade/energia, mirando em outros atributos como “fortificação com vitaminas/minerais”, que corresponde a 51% dos lançamentos; “sem açúcar”, que representa 23% dos lançamentos; e “funcional – sistema nervoso e cérebro”, observado em 16% das bebidas energéticas, para consumo on-the-go, lançadas no período, segundo a Mintel.

Além disso, claims sem açúcar, sem aditivos e conservantes, sem corantes e aromatizantes artificiais tiveram movimentação positiva, indicando uma preferência pela naturalidade também nas bebidas energéticas, tendência que é observada amplamente na indústria de alimentos e bebidas. Conforme dados da Euromonitor, o mercado de bebidas energéticas reduzidas em açúcar pode crescer 6% em volume até 2026. 

Os extratos naturais usados como ingredientes nesse tipo de bebida estão em alta. O extrato de guaraná marca presença em 25% dos produtos, o ginseng em 15%, o chá verde em 8%, o gengibre em 3% e a erva-mate em 2%. 

Mesmo com um retorno à relativa normalidade, a Mintel avalia que é improvável que o interesse do consumidor por alimentos e bebidas que ofereçam suporte energético diminua. Isso porque as pessoas continuam se sentindo cansadas física e mentalmente. Nos Estados Unidos, 26% dos adultos se sentem constantemente exaustos, número que passa para 32% entre um público de 16 a 44 anos. Na Alemanha, 44% dos adultos se sentem cansados e, na faixa etária de 16 a 44 anos, esse número salta para 54%.

Mudança nas ocasiões de consumo

Tradicionalmente, as bebidas energéticas no Brasil eram associadas a um público jovem, em um contexto de festas ou eventos. Essa percepção, no entanto, tem mudado com o consumo se ampliando para diversas ocasiões. 

A funcionalidade da cafeína ganhou espaço entre outros públicos em decorrência do estilo de vida mais agitado. Em relatório de 2021, a Mintel indicou que há um forte interesse do consumidor em bebidas energéticas que promovam o bem-estar mental e a concentração

Embora as bebidas energéticas tenham sido tradicionalmente consumidas por suas credenciais físicas de aumento de energia, os consumidores estão cada vez mais interessados ​​em que elas forneçam efeitos mentalmente estimulantes, além de relaxamento e aumento do humor.

De acordo com a pesquisa, bebidas com esses benefícios atraíram 37% dos adultos do Reino Unido que, muitas vezes, têm problemas para manter o foco. Além disso, como resultado da pandemia, muitas pessoas lutam para se concentrar e permanecer motivadas, principalmente aquelas que estão trabalhando em casa, fazendo malabarismos com as tarefas de cuidar dos filhos ou lidando com níveis elevados de estresse. 

Mais naturalidade

No Brasil, uma das principais preocupações ligada às bebidas energéticas é a percepção sobre a artificialidade do produto, especialmente por se tratar de um país com alta disponibilidade de frutas para sucos naturais e outras bebidas afins, aponta a Euromonitor.

Marcas líderes de mercado têm desenvolvido novas receitas com diversas bases, incorporando suco ou frutas como açaí, manga e coco. São bebidas energéticas com apelo para o bem-estar e, ainda, um posicionamento reduzido de açúcar.

O movimento também é observado nos países vizinhos. De acordo com a Mintel, na América Latina, a proporção de lançamentos de bebidas energéticas com alegações naturais disparou nos últimos anos. 

Outro ponto é que os consumidores de bebidas gostam de experimentar novos sabores, e o mesmo vale para as bebidas energéticas. A Mintel destaca que o conteúdo funcional das bebidas energéticas é perceptível para a maioria dos paladares, por isso, essas receitas exigem um uso cuidadoso de aromatizantes.

Na Europa, sabores com temas tropicais como manga, cacto e melancia tem conquistado espaço na categoria. Na Itália, por exemplo, 83% dos consumidores de bebidas energéticas afirmaram estar interessados em experimentar novos sabores.

Portanto, à medida que as bebidas energéticas se desenvolvem e os consumidores continuam a buscar maiores inovação e novos sabores, a categoria enfrenta o desafio de oferecer produtos que atendam à demanda por saudabilidade.

Cafeína natural x sintética

As bebidas com cafeína são as mais populares do mundo. Além do café, o chá, o guaraná e o mate estão entre as fontes naturais de cafeína utilizadas como ingredientes na produção de bebidas energéticas. 

E à medida que avança o movimento dos consumidores por produtos naturais aliado ao interesse crescente por transparência, ganham reforço os métodos para controle e verificação da autenticidade da cafeína aplicada em bebidas.

No artigo “Caffeine in Your Drink: Natural or Synthetic?”, os pesquisadores da Universidade de Duisburg-Essen (Alemanha) Lijun Zhang, Dorothea M. Kujawinski, Eugen Federherr, Torsten C. Schmidt e Maik A. Jochmann enfatizam que “para indústrias e consumidores, é interessante fazer a distinção entre produtos naturais e sintéticos, especialmente para produtos alimentícios amplamente consumidos, como bebidas contendo cafeína”.

Em seu artigo, destacam aspectos positivos do método desenvolvido para “análise de isótopos específicos de compostos (CSIA) acoplando cromatografia líquida de fase reversa de alta temperatura à espectrometria de massa de razão de isótopos (HT-RPLC/IRMS) para a discriminação de cafeína natural e sintética contida em todos os tipos de bebida”.

Os pesquisadores também destacam que “bebidas com cafeína natural costumam ser consideradas mais saudáveis ​​do que bebidas energéticas contendo altos níveis de cafeína sintética, que podem levar a efeitos adversos, como ansiedade e insônia”.

Em conexão com os movimentos globais de consumo, a multinacional brasileira Duas Rodas buscou a inspiração no imenso potencial da natureza para criar o Fruittion Botanicals, uma linha de ingredientes focados nos ativos naturais das frutas e plantas típicas da América Latina. No amplo mix de ingredientes, o portfólio conta com diversos extratos botânicos que naturalmente contém cafeína, entre eles o Guaraná, Erva-mate Verde, Erva-mate Tostado, Café Cereja, Café Tostado, Café Verde e Gengibre.

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