Facebook Pixel Restrições ao consumo do glúten abrem novas oportunidades de inovação no mercado de alimentos e bebidas

Restrições ao consumo do glúten abrem novas oportunidades de inovação no mercado de alimentos e bebidas

fevereiro 20, 2023

Tempo de leitura4 minutos

Os alimentos sem glúten são um dos segmentos da indústria alimentícia que mais vem crescendo ultimamente. Segundo dados de mercado da Euromonitor International, esse crescimento foi de 11,5% de 2020 para 2021, atingindo um faturamento de, aproximadamente, R$900 milhões. E a previsão é de que esse valor cresça ainda mais nos próximos anos.

Para entender melhor o potencial de expansão desse mercado, listamos  algumas motivações do consumidor frente a esses produtos, além de tendências, oportunidades e insights dentro desse segmento. 

Motivos da restrição ou isenção do consumo do glúten

Entre os consumidores, a conscientização sobre os efeitos e a orientação médica sobre as desordens na saúde relacionadas ao glúten impulsionou a procura por produtos isentos dessa proteína.

No entanto, a demanda por esses itens não se limita a portadores de alguma alergia ou intolerância (1% a 6% da população), mas inclui os consumidores em geral, que o fazem por opção.

Além disso, alguns consumidores também estão procurando versões sem glúten em dietas com baixo teor de carboidratos, como nos casos da Low Carb e da Cetogênica.

Tendências e oportunidades 

Os produtos à base de farinha de trigo apresentaram um grande crescimento nos volumes de vendas, assim como suas versões sem glúten, uma vez que a população aumentou o consumo de pães, bolos, biscoitos e massas ao longo do dia. 

Para as versões sem glúten, várias soluções têm sido exploradas, tais como a substituição da farinha de trigo por diferentes tipos de amido, o uso de farinhas combinadas, como de arroz, de oleaginosas – amêndoas e castanha de caju, por exemplo – e até de leguminosas – grão de bico e ervilha. 

Além do uso de algumas farinhas ou amidos sem glúten, outros ingredientes podem ser empregados nas formulações para adequar o volume, assim como para propiciar uma textura agradável e melhorar a vida útil do produto. É o caso de hidrocolóides, como a goma guar e hidroxipropilmetilcelulose, fermentos sem glúten, enzimas, fibras de frutas ou vegetais, sementes de linhaça e chia, psyllium, amidos modificados, proteínas de fontes diversas, entre tantos outros que podem ser diferenciais na elaboração de um produto isento de glúten.

Inspirações

O segmento de alimentos e bebidas sem glúten é altamente competitivo e a inovação de produtos torna-se uma estratégia ainda mais importante para se diferenciar no mercado.

A seguir, listamos alguns exemplos de marcas que se destacaram pela criatividade e combinação de técnicas.

Puff Bunz – Simple Truth (Estados Unidos)
Pão congelado sem glúten feito com ovos e cream cheese. Possui apenas 1g de carboidrato e açúcar por porção, sendo considerado um alimento keto-friendly, ou seja, uma boa opção para os adeptos da dieta cetogênica.
Wraps de coco - NUCO (Estados Unidos)
Wrap orgânico elaborado com apenas três ingredientes simples: polpa de coco, água de coco e óleo de coco virgem não refinado. Possui apenas 70 calorias por wrap, 4g de carboidratos líquidos, além de ser vegano e livre de glúten. Disponível nos sabores Original, Cúrcuma, Canela e Moringa.
Enhanced Cookie Dough - DEUX (Estados Unidos)
Mistura vegana e sem glúten de cookies funcionais. Possui diversas opções e cada uma é fortificada com nutrientes específicos - como a de chocolate chip que possui zinco, além de frutas, vegetais e alimentos nutritivos, sendo considerado um produto com suporte imunológico. Pode ser consumida crua ou assada no forno.
Lupini Beans Pasta – Lupii (Estados Unidos)
Macarrão feito apenas com farinha de tremoço, farinha de grão de bico e tapioca – apenas um deles contém goma xantana. Vegano, livre de transgênicos e possui em sua porção 17g de carboidratos líquidos, além de 14g de proteína vegetal e 12g de fibra.
Square Pan Pizza- Feel Good Foods – Estados Unidos
Pizza sem glúten com uma abordagem artesanal feita a partir de ingredientes premium, como ricota, cogumelos, óleo de trufa, inulina e psyllium, que ajudam a oferecer uma boa experiência de textura e também nutricional. Além desta linha, a marca oferece snacks, alimentos para café da manhã e outras massas sem glúten.

No Brasil, diversas empresas também estão inovando no setor, como a Belive e a Vitalin, que contam com snacks, doces e pães sem glúten; a Ceres Brasil que possui massas de lentilha e batata doce púrpura e a Schär, uma das referências no segmento, que cada vez mais estende seu portfólio com opções sem glúten.

Além dessas, outras empresas mais tradicionais também estão se atualizando para a atual demanda dos alimentos sem glúten. A Wickbold, por exemplo, inovou com o lançamento das linhas de pães e bolos sem glúten, feitos à base de amido e farinha de arroz. 

No setor de massas, os principais players, incluindo Barilla e Renata, também ampliaram seu portfólio com novos formatos feitos de milho e arroz.

Assim, com cada vez mais lançamentos, espera-se que a maior disponibilidade de produtos sem glúten nos supermercados tenha um impacto significativo no interesse do consumidor, e, consequentemente, no crescimento desse mercado.

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