Os alimentos sem glúten são um dos segmentos da indústria alimentícia que mais vem crescendo ultimamente. Segundo dados de mercado da Euromonitor International, esse crescimento foi de 11,5% de 2020 para 2021, atingindo um faturamento de, aproximadamente, R$900 milhões. E a previsão é de que esse valor cresça ainda mais nos próximos anos.
Para entender melhor o potencial de expansão desse mercado, listamos algumas motivações do consumidor frente a esses produtos, além de tendências, oportunidades e insights dentro desse segmento.
Motivos da restrição ou isenção do consumo do glúten
Entre os consumidores, a conscientização sobre os efeitos e a orientação médica sobre as desordens na saúde relacionadas ao glúten impulsionou a procura por produtos isentos dessa proteína.
No entanto, a demanda por esses itens não se limita a portadores de alguma alergia ou intolerância (1% a 6% da população), mas inclui os consumidores em geral, que o fazem por opção.
Além disso, alguns consumidores também estão procurando versões sem glúten em dietas com baixo teor de carboidratos, como nos casos da Low Carb e da Cetogênica.
Tendências e oportunidades
Os produtos à base de farinha de trigo apresentaram um grande crescimento nos volumes de vendas, assim como suas versões sem glúten, uma vez que a população aumentou o consumo de pães, bolos, biscoitos e massas ao longo do dia.
Para as versões sem glúten, várias soluções têm sido exploradas, tais como a substituição da farinha de trigo por diferentes tipos de amido, o uso de farinhas combinadas, como de arroz, de oleaginosas – amêndoas e castanha de caju, por exemplo – e até de leguminosas – grão de bico e ervilha.
Além do uso de algumas farinhas ou amidos sem glúten, outros ingredientes podem ser empregados nas formulações para adequar o volume, assim como para propiciar uma textura agradável e melhorar a vida útil do produto. É o caso de hidrocolóides, como a goma guar e hidroxipropilmetilcelulose, fermentos sem glúten, enzimas, fibras de frutas ou vegetais, sementes de linhaça e chia, psyllium, amidos modificados, proteínas de fontes diversas, entre tantos outros que podem ser diferenciais na elaboração de um produto isento de glúten.
Inspirações
O segmento de alimentos e bebidas sem glúten é altamente competitivo e a inovação de produtos torna-se uma estratégia ainda mais importante para se diferenciar no mercado.
A seguir, listamos alguns exemplos de marcas que se destacaram pela criatividade e combinação de técnicas.
No Brasil, diversas empresas também estão inovando no setor, como a Belive e a Vitalin, que contam com snacks, doces e pães sem glúten; a Ceres Brasil que possui massas de lentilha e batata doce púrpura e a Schär, uma das referências no segmento, que cada vez mais estende seu portfólio com opções sem glúten.
Além dessas, outras empresas mais tradicionais também estão se atualizando para a atual demanda dos alimentos sem glúten. A Wickbold, por exemplo, inovou com o lançamento das linhas de pães e bolos sem glúten, feitos à base de amido e farinha de arroz.
No setor de massas, os principais players, incluindo Barilla e Renata, também ampliaram seu portfólio com novos formatos feitos de milho e arroz.
Assim, com cada vez mais lançamentos, espera-se que a maior disponibilidade de produtos sem glúten nos supermercados tenha um impacto significativo no interesse do consumidor, e, consequentemente, no crescimento desse mercado.