A categoria ganhou importância durante a pandemia e deve continuar crescendo com a retomada do trabalho presencial e a volta às aulas. Além do mais, as mudanças intensas no comportamento de consumo têm transformado os snacks e estimulado inovações em formatos e ingredientes para atender às novas demandas
O consumo de snacks teve um salto durante a pandemia. Um levantamento realizado pela Kantar constatou que a venda de snacks, especialmente aqueles com atributos saudáveis, cresceu 50% nesse período em países como Brasil, França, Reino Unido e Espanha.
No Brasil, 51% das pessoas entrevistadas para a pesquisa State of Snacking, feita globalmente pela Mondelez em parceria com a empresa especialista em pesquisas de consumo The Harris Poll, afirmaram estar consumindo mais snacks do que antes da pandemia.
Para esses consumidores, os snacks se tornaram alimentos que os ajudam a enfrentar o dia, dar mais energia e nutrir suas mentes e corpos. Eles também buscam snacks ricos em vitaminas, com baixo teor de açúcar, gordura e carboidratos. Outros atributos que aparecem nesse estudo são os ingredientes naturais, os orgânicos e aqueles que aumentam a imunidade.
Esses dados apontam para uma demanda mundial em torno da saudabilidade que já despontava antes mesmo da Covid-19. De acordo com projeções da Euromonitor, as vendas globais de lanches com atributos saudáveis devem chegar a US$ 98 bilhões até 2025.
Também há espaço para snacks indulgentes, afinal, os consumidores buscam conforto e prazer ao consumir esses produtos.
Dessa maneira, os atributos dos snacks estão se remodelando, transformando a categoria e oportunizando inovações.
Os lanches prontos consumidos nos intervalos das refeições deixaram de ser apenas um lanchinho despretensioso, ou vistos como ingestão de caloria vazia, para se tornarem alimentos que promovem bem-estar, entregam funcionalidade ou novas experiências.
Em algumas ocasiões podem até mesmo substituir refeições, e tudo isso abre novas possibilidades para a indústria alimentícia. É tudo uma questão de oferecer o snack certo para o momento certo.
O que não se pode perder de vista é a praticidade e conveniência, fatores importantes para o consumo desses alimentos. No Brasil, por exemplo, de acordo com relatório da Mintel, 40% dos consumidores preferem snacks que não precisam de preparo, ou seja, que venham prontos para consumo.
Confira lançamentos da indústria alimentícia com alguns dos atributos mais buscados nos snacks.
Consumidores querem opções mais saudáveis
A pandemia pode até ter agido como um catalisador da demanda por snacks com atributos de saudabilidade, mas essa tendência já norteava lançamentos em diversas categorias.
Em snacks, algumas oportunidades de inovação estão na redução de açúcar, mantendo o mesmo sabor e textura dos produtos tradicionais, além de teores reduzidos de gordura. Alto teor de proteína é outra tendência.
Entre os consumidores que comem snacks entre as refeições, o principal atributo é que seja um lanche leve. De acordo com o estudo Mintel’s Healthy Eating Trends – Brazil, 44% dos consumidores associam “100% natural” com o atributo “leve”, por isso, snacks feitos com frutas e outros vegetais também podem representar boas opções nestas ocasiões, sugere a Mintel.
Indulgência permitida
Como fica a indulgência com a crescente demanda por saudabilidade nos snacks?
De acordo com o estudo de tendências de consumo global da Mondelez, 41% dos brasileiros entrevistados disseram que porções controladas ajudam a aproveitar o momento de indulgência sem culpa. Além disso, os snacks indulgentes têm papel importante ao oferecer conforto.
Pesquisa da Mintel sobre snacks indica que consumidores com 16 a 34 anos estão mais propensos a consumir snacks que proporcionam diversão e alegria em quase todas as ocasiões de consumo.
Segundo a Kantar, para os brasileiros, especialmente durante a pandemia, consumir snacks gerou:
- Momentos de conforto – 44%
- Recompensa – 36%
- Alívio 34%
Combinação entre saudabilidade e indulgência
E outro dado relevante: para 73% dos entrevistados pela Kantar, uma alimentação balanceada pode, sim, incluir um pouco de indulgência. E há ainda a possibilidade de combinar atributos indulgentes e saudáveis, como nestes produtos:
Versões premium têm espaço para crescer
Segundo pesquisa da Mintel sobre a categoria de snacks, a análise dos lançamentos de snacks premium nos 15 maiores mercados mostra que o segmento tem espaço para crescer no Brasil, onde apenas pouco mais de 2% dos lançamentos miraram neste claim nos últimos três anos.
No mesmo estudo, 13% dos consumidores concordaram que preferem gastar em snacks premium, como uma barra de chocolate belga, por exemplo, do que em refeições gourmet.
Além disso, 25% dos consumidores têm interesse em snacks com sabor gourmet, como pipoca com sabor de trufas.
Lanches funcionais
Snacks com ingredientes funcionais atendem à demanda por alimentos que proporcionam mais energia, imunidade ou relaxamento. Também podem alcançar o público com restrições e intolerâncias alimentares, e ainda combinados com propostas com um quê de indulgência.
Snacks que podem substituir refeições
A pesquisa da Mintel sobre snacks indica que 20% dos consumidores já comeram salgadinhos para substituir uma refeição. Portanto, produtos com perfil nutricional complexo e que ofereçam sensação de saciedade podem suprir essa demanda.
O amplo universo dos snacks expandiu ainda mais os horizontes durante a pandemia, ganhando novos atributos, ampliando as possibilidades de consumo e, principalmente, as oportunidades para a indústria de alimentos e bebidas.
Para você, é realmente só uma questão de oferecer o snack certo para o momento certo? Compartilhe suas impressões conosco!