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Pegadas de carbono e saúde do planeta: as tendências em sustentabilidade que a indústria de alimentos precisa acompanhar de perto

maio 18, 2022

Tempo de leitura5 minutos

Cada vez mais preocupados com as mudanças climáticas, os consumidores esperam que empresas sejam protagonistas na preservação e recuperação do meio ambiente.


A sustentabilidade está no topo da agenda em todos os relatórios das empresas de inteligência e estudo de mercado sobre as tendências para 2022 e para os próximos anos. A preocupação com o futuro e os impactos do consumo no meio ambiente são assuntos predominantes nessas análises, indicando como a percepção dos consumidores sobre o tema tem avançado.

Segundo a Innova Market Insights, a principal tendência para este ano é o Planeta Compartilhado, sobre a responsabilidade conjunta em assegurar a saúde do planeta e baseada, ainda, na confiança e na transparência para construir a história de vida de um produto. 

Para a Euromonitor, os consumidores estão se conscientizando de sua contribuição individual para as mudanças climáticas. A eco-ansiedade está impulsionando não só o ativismo ambiental, mas as decisões de compra.

Por outro lado, a expectativa agora vai muito além dos produtos ‘verdes’. De acordo com a Euromonitor, 67% dos consumidores globais tentaram impactar positivamente o meio ambiente por meio de suas ações cotidianas em 2021, e eles demandam a mesma postura das empresas.

A preocupação com as pegadas de carbono também aparece com destaque nesses relatórios. As consequências dos efeitos do clima colocaram o assunto em foco sob o grande guarda-chuva da sustentabilidade.  

Em 2021, um terço dos consumidores globais disse que reduziu ativamente suas emissões e um quarto usou compensações de carbono para equalizá-las, aponta o relatório da Euromonitor. Por isso, os Climate Changers, como são chamados esses consumidores, fazem escolhas mais sustentáveis ​​enquanto exigem ação e transparência das marcas.

Para a Mintel, após a pandemia de Covid-19, uma crescente afinidade com a natureza levou a um maior desejo de proteger a saúde pessoal e planetária. No entanto, à medida que os consumidores têm mais fé no poder do coletivo, eles esperam que as marcas das quais compram assumam fortes compromissos com a energia renovável e ciclos de vida de produtos sustentáveis, como, por exemplo, os alimentos reciclados.

De olho nas pegadas de carbono 

É consenso que o ativismo verde e os estilos de vida de baixo carbono chegaram para ficar. Por isso, segundo a Euromonitor, um dos caminhos para conquistar os consumidores Climate Changers é oferecer produtos certificados pela pegada de carbono. 

Empresas de alimentos e bebidas começaram a ajustar seu portfólio para atender a demanda crescente em torno da neutralidade de carbono, desenvolvendo produtos que deixam a menor quantidade possível de pegadas no planeta. 

Em sua pesquisa de tendências para 2022, a Mintel destaca que os consumidores procuram adquirir novas habilidades para diminuir os impactos individuais, reduzindo, reutilizando e reciclando produtos. Eles também buscam consumir itens ecologicamente corretos que tornam o conceito de pegada de carbono mais tangível.

Segundo a empresa, nos próximos anos, varejistas e governos terão oportunidade de criar padrões que facilitem o entendimento dos consumidores sobre as alegações ambientais. Afinal, os consumidores com responsabilidade ambiental e adeptos de um estilo de vida sustentável vão procurar por produtos que sejam transparentes sobre o modo de produção, transporte e outros fatores que ajudam a neutralizar as emissões de carbono. As pessoas vão querer saber, ainda, se compensações ou reduções reais nas emissões foram usadas, reforça a Mintel. É por isso que confiança e transparência serão cada vez mais pontos-chave para os consumidores fazerem escolhas mais conscientes e para as marcas comunicarem suas iniciativas. 

A inovação digital já está reformulando a forma como varejistas, fabricantes e consumidores fazem a transição para uma era de transparência ambiental, com rotulagem digital e aplicativos de rastreamento, por exemplo. São recursos que ajudam a avaliar diferentes aspectos da cadeia de produção do alimento que serão levados para casa, incluindo as pegadas de carbono.

Por outro lado, é importante mencionar que tornar esses alimentos e bebidas mais acessíveis é um desafio, como aponta a Euromonitor. Os custos com inovação sustentável, redesenho de produtos, flutuações na cadeia de suprimentos e certificações resultam em aumentos de preços para a indústria de alimentos.

Leite integral No Carbon
Leite integral No Carbon teve crescimento de 56% nas vendas após comunicar a emissão de carbono neutra na embalagem.
FreshMarket 140
O supermercado FreshMarket 140 é a primeira loja da Colômbia a ser neutra em carbono devido ao seu programa de compensação, que inclui a instalação de 362 painéis solares e um sistema de refrigeração central natural. A marca conta ainda com ações para redução de embalagens plásticas para seus produtos.
Diageo
A Diageo abriu a primeira destilaria neutra em carbono na América do Norte, em 2021. A operação vai usar eletricidade 100% renovável, zero combustíveis fósseis para produção. Além disso, beneficiará a comunidade local com 30 empregos em tempo integral.
Vodka Absolut
A Absolut Vodka anunciou que, até 2025, toda sua produção vai funcionar sem combustíveis fósseis. Declarada neutra em carbono em 2013, está à frente do jogo, ostentando 85% de energia renovável, enviando zero desperdício para aterros sanitários e reaproveitamento de subprodutos como combustível ou alimento para animais de fazenda.

Consumidores esperam que empresas atuem como aliadas do planeta

Os consumidores entendem, cada vez mais, que a energia e os métodos de produção que uma empresa utiliza impactam sua proposta de sustentabilidade – por isso, a questão do carbono zero surge como uma unanimidade nos relatórios de tendências, juntamente com outros fatores ligados à temática sustentável.

Além disso, de acordo com a Mintel, nos próximos anos, os consumidores vão reconhecer de forma ainda mais acentuada o papel vital desempenhado pelas corporações na proteção do planeta. Para 71% dos consumidores brasileiros, já existe a percepção de que as marcas podem mudar a sociedade para melhor. Os consumidores esperam que as empresas adotem iniciativas como regeneração de recursos e reparação de danos acumulados ao longo dos anos, com ações que levem em conta um contexto macroambiental e social. 

As mudanças climáticas são um problema a ser enfrentado em várias áreas nas quais as marcas podem se concentrar. Desenvolver ações com objetivos claros, que envolvam marcas, consumidores e outros parceiros, pode ajudar a conectar pessoas e empresas de alimentos e bebidas a soluções autênticas e com resultados tangíveis. 

Walmart
O Walmart assumiu o compromisso de restaurar, até 2030, pelo menos 50 milhões de acres de terra.
PepsiCo
A PepsiCo anunciou uma meta de restaurar 7 milhões de acres de terra, o equivalente a toda a sua pegada agrícola, até 2030.
Heineken México e INCmty
Para criar um sistema sustentável que reduza a deterioração das terras aráveis ​​e use os recursos hídricos de forma eficiente, a Heineken México e a INCmty – plataforma empresarial da Tec de Monterrey – incentivam os empreendedores a desenvolver ideias em benefício do agronegócio no país.
More Than Cashews
A More Than Cashews incluiu nas embalagens dos produtos um código QR para escanear e conhecer o agricultor. Iniciativa que fomenta a transparência e permite ao consumidor rastrear a cadeia de produção.

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